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Geração Confinatto: Por que devo me preocupar com a sanidade no confinamento?

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Sanidade no Confinamento | Nutrição Animal - Agroceres Multimix

Sanidade no confinamento:

Chegada a entressafra, vemos crescer o número de animais confinados. No entanto, diferente do passado, a atividade “confinamento” tem apresentado queda das margens por animal abatido ao longo dos anos. Essa tendência fez surgir a necessidade de escalonamento da produção, com consequente aumento do tamanho das operações. Ao analisar o volume do aporte financeiro que o confinamento demanda, todo e qualquer fator que apresente risco ao desempenho animal deve ser combatido e anulado. Nesse sentido, o que discutiremos hoje são os impactos que a falta de sanidade no confinamento poderá causar nos resultados da operação.

Antes de começar, me atrevo a dizer que: “não existe confinamento de sucesso, com boa produtividade, se não existir sanidade no confinamento do rebanho”. Aqui, cabe o bom e velho ditado: “prevenir é melhor do que remediar”. Sendo assim, quando falamos em sanidade no confinamento, devemos pensar em prevenir a doença antes que ela apareça.

Ao avaliar o desembolso com o pacote sanitário durante o confinamento, este representa um dos menores gastos – normalmente menor que 2% – da operação, em contrapartida, os prejuízos obtidos a partir de um mau protocolo pode causar prejuízos até cinco vezes maiores do que o seu desembolso.

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Dentre as diferentes etapas, durante o período que o animal permanecerá no confinamento, a fase inicial apresenta grande predisposição para o aparecimento de doenças. Nesse período, o animal pode passar por uma série de situações estressantes, como: a) transporte por longas distâncias; b) mudança de ambiente e dieta; c) problemas de temperatura; d) formação de lotes e determinação de nova hierarquia, entre outros; que promoverão o aumento do hormônio cortisol na corrente sanguínea, levando a um quadro de imunodepressão e facilitando o desenvolvimento de agentes infecciosos. Sendo assim, o protocolo sanitário a ser trabalhado no início do confinamento, aliado a uma boa nutrição, se torna de fundamental para o sucesso da atividade e a sanidade no confinamento.

Um primeiro ponto que gostaria de chamar atenção é quanto ao combate de verminoses, doença que pode se tornar um problema dentro do confinamento, principalmente em locais que agrupam animais oriundos de diferentes regiões.

Uma dúvida que surge com certa frequência é: será que bovinos adultos sofrem com verminoses (ex.: cisticercose)? Podem morrer por este motivo? Muito provavelmente não morram, mas, nesse caso, devemos pensar um pouco além.

O que acontece no caso de verminoses é que os nutrientes não são aproveitados corretamente e isso influencia diretamente o ganho de peso do animal. Vermes são hospedeiros (parasitas) que se beneficiam dos nutrientes ingeridos pelo animal para se manterem vivos e crescer, nutrientes estes que seriam utilizados pelo animal para deposição de carcaça.

Pense comigo: do alimento ingerido, primeiramente, o animal tem que “pagar” para se manter vivo e o que sobra, utiliza para crescer. No caso de um animal com verminose, o que sobra para o crescimento será descontado uma parte adicional, a do verme.

Cabe salientar que a verminose é apenas um dos problemas que pode causar redução do GMD dos animais. Existem outras doenças, como: problemas de casco, laminites, acidose, entre outras, que também devem ser consideradas.

Fazendo uma análise rápida do ganho de peso que o animal precisaria apresentar, para pagar somente a diária alimentar do confinamento, versus o valor de venda do boi gordo, vemos que a conta é apertada (Tabela 1). Por exemplo: uma dieta com custo do quilo da matéria seca por R$ 0,45, com a arroba de boi gordo custando R$ 130,00 (R$ 4,33/kg), temos que o animal precisa ganhar 1,038 kg/dia para pagar somente o desembolso com a nutrição. Se considerarmos que um animal com verminose pode não ganhar peso (em alguns casos pode até perder), precisaríamos aumentar 0,100 kg/dia em 10 animais para cobrir o prejuízo do animal infectado.

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Analisando ainda por uma outra ótica, se considerarmos um GMD do confinamento, numa ordem de 1,500 kg/dia, o lucro bruto (sem considerar operacional e outras despesas) seria de 0,462 kg de boi por dia, ou R$ 2,00/cabeça/dia e, nesse caso, um animal que não ganha peso, consumirá o lucro de pouco mais de dois animais (diária alimentar de R$ 4,50).

Baseado nestes exemplos, vemos a importância de um bom cuidado sanitário. Por vezes, a análise por lotes – não avaliando o indivíduo – acaba negligenciando alguns aspectos e mascarando perdas de desempenho do animal.

Diferente das verminoses, existem algumas doenças que podem levar os animais à morte no confinamento, como por exemplo: clostridiose e pneumonia. Nesse caso, o prejuízo com a perda de um animal é ainda mais problemático. Vejamos.

Na tabela 2, temos a análise do número de animais que precisariam ser vendidos para cobrir o prejuízo da morte de um animal na fase inicial do confinamento. Nesta análise, considerou-se diferentes valores de arroba de boi gordo e diferentes lucro por boi. Pegando como exemplo um animal de 14@, com valor de arroba de R$ 130,00 na entrada do confinamento (sem considerar ágio), a morte dele traria um prejuízo de R$ 1.820,00 ao produtor. Se considerarmos que cada animal abatido resulta em um lucro de R$ 200,00, seria preciso abater 9,1 animais para cobrir esse prejuízo. Ou seja, considerando 1% de mortalidade, de cada 100 animais comercializados, teremos uma quebra de aproximadamente 10% no lucro obtido.

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Uma pesquisa feita por Pinto e Millen (2016) junto a 33 nutricionistas brasileiros, levantou os principais problemas de saúde enfrentados no confinamento. Podemos notar que 51,7% dos problemas estão relacionados a infecções respiratórias (Figura 1).

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Visto o impacto que as enfermidades podem trazer para o confinamento, garantir a sanidade no confinamento do rebanho é fundamental e, via de regra, precisamos investir na prevenção. De nada adiantará dispor de animais com potencial para ganho de peso, disponibilidade de alimentos na quantidade e qualidade desejada, mão de obra, gerência e outros fatores, sem um bom programa sanitário.

Lembre-se:

– Animais doentes ou problemáticos devem ser imediatamente separados para tratamento e só deverão retornar ao confinamento e, ao mesmo lote, após total recuperação;

– Baseie-se na amplitude de avaliação das drogas, tempo de carência e resíduos, para escolher a melhor opção.

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