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Nutrição de precisão para suínos

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Nutrição Animal - Agroceres Multimix

Na criação industrial de suínos, a alimentação está diretamente relacionada ao nível de desempenho dos animais e ao retorno econômico da atividade. É o componente mais oneroso da produção, representando 70% do custo total de produção.
A maioria dos atuais programas nutricionais para suínos são desenhados para atender a expectativa de resposta dos animais de maior potencial de desempenho do lote, e consideram valores médios de composição de ingredientes, geralmente obtidos de tabelas, em formulações de mínimo custo. Tal prática é frequentemente ilusória quanto ao resultado econômico, podendo gerar perdas ao invés de retorno devido a três razões:

Nutrição Animal - Agroceres Multimix

a) é comum se trabalhar com deficiências ou altas margens de segurança dos nutrientes, já que não se conhece com exatidão a composição nutricional dos ingredientes;
b) não são consideradas as diferenças de exigência nutricional e a variabilidade do potencial de resposta dos diversos indivíduos da população, não se obtendo assim o melhor desempenho de cada um;
c) os nutrientes em excesso e não aproveitados são excretados, gerando ineficiência produtiva e problemas ambientais.

A importância desses aspectos tem estimulado nutricionistas e produtores a reavaliarem os atuais programas nutricionais e a considerarem a implantação de programas pautados no conceito de “nutrição de precisão” (Hauschild, 2010).
De acordo com Pomar et al. (2009), a nutrição de precisão compreende o uso de técnicas que permitem o fornecimento diário da quantidade correta e da composição nutricional correta do alimento para cada suíno de uma população. Para tanto, quatro premissas são essenciais para o desenvolvimento e aplicação da nutrição de precisão:

Nutrição Animal - Agroceres Multimix

1. Conhecimento do valor nutricional dos ingredientes;
2. Conhecimento da exigência nutricional dos animais;
3. Formulação de dietas balanceadas que limitem o excesso de nutrientes;
4. Ajuste gradual e adequado do fornecimento de nutrientes de acordo com a exigência de cada suíno e dos diferentes estágios e condições da criação.

Nas fases de recria e terminação, onde se concentram aproximadamente 70% dos suínos e de toda a ração consumida pelo rebanho, a nutrição de precisão é uma ferramenta valiosa de redução de custos e de melhoria da eficiência de aproveitamento dos nutrientes, combatendo excessos que são negativos do ponto de vista econômico e ambiental e otimizando o desempenho e a rentabilidade. De acordo com Pomar et al. (2009), estima-se que o uso desse sistema pode resultar em redução de 4,6% no custo de alimentação e de aproximadamente 38% na excreção de nitrogênio e fósforo, que estão entre os nutrientes de maior custo na produção de suínos.

Agroceres Multimix. Muito Mais Que Nutrição

2 COMENTÁRIOS

  1. De fato, é uma problematização atual a deste tema. Mas como têm lidado com a questão técnica no manejo? Considerar a variabilidade individual, onde a maioria são manejados em grandes lotes, talvez seja uma questão tão complicada quanto identificar essa variabilidade.

    • Gabriel, olá, agradeço pela pergunta!
      No manejo em lotes com sistema tradicional de alimentação, isto é, cochos lineares ou semiautomáticos, realmente é mais difícil considerar os animais individualmente. No entanto, ainda assim é possível trabalhar pontos da nutrição de precisão relativos à composição dos ingredientes (estabelecer padrão de ingredientes e verificar rotineiramente sua composição mediante análises, para ajuste das matrizes de formulação) e manejo de lotes por sexo e linhas genéticas, com formulações que atendam às exigências dos diferentes sexos e linhagens, de acordo com as fases de produção e a condição sanitária, considerando-se as curvas de consumo de ração e os potenciais de ganho nas diferentes condições. Tais medidas certamente visam atender de forma mais precisa a exigência nutricional dos animais manejados em sistemas tradicionais. Já em sistemas com estações de alimentação eletrônica, em que os animais recebem chip de identificação e são pesados no momento da alimentação, seria possível ter um controle individual mais acurado. Esse tipo de equipamento já é realidade hoje em sistemas comerciais para matrizes na fase de gestação; para cevados ainda estão em ambiente de pesquisa no Brasil.

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