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Utilização de DDG de milho na alimentação de vacas leiteiras

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imagem destaque do artigo sobre DDG

O DDG (dry distillers grains), coproduto da indústria de etanol de milho, vem sendo utilizado na composição de dietas das vacas leiteiras como alternativa à substituição parcial, ou total, de ingredientes proteicos.

O alimento apresenta teores proteicos significativos, com alto percentual de proteína não degradável no rúmen (PNDR) e teor de óleo considerável, tendo boa aceitação de consumo pelos animais.

No Brasil, o farelo de soja, pela disponibilidade, além do alto teor de proteína e bom perfil de aminoácidos, é a principal fonte proteica utilizada na alimentação de bovinos de leite.

Contudo, esse ingrediente atende a vários mercados, como por exemplo de alimentação de aves, suínos e bovinos de corte.  Assim, seu preço fica associado à demanda por parte das indústrias, aliado às oscilações das cotações de mercado às quais esta comodity está sujeita.

DDG, alimento proteico

A utilização do DDG como alimento proteico de substituição parcial ao farelo de soja em dietas de vacas leiteiras, vem se apresentando de forma favorável em determinados períodos do ano.

Oferece perfil proteico de forma semelhante ao apresentado pelo farelo de soja (Meda et al., 2016), aliado ao benefício econômico em momentos estratégicos de oferta e cotações de mercado, se tornando atrativo e utilizado em fazendas leiteiras.

No que diz respeito ao quesito proteína no DDG, comercialmente pode-se encontrar produtos disponíveis, com variação de valores entre 27 e 45%, diferenças evidenciadas devido a características de processamento nas distintas plantas de etanol.

Além dos diferentes teores de proteína, o DDG também pode apresentar variação nas concentrações de aminoácidos contidos neste alimento. Belyea et al. (2004) analisaram componentes do milho e do DDG e observaram uma relação de lisina e metionina de 0,77 e 0,54g/100g, respectivamente.

Já Spiehs et al. (2002) encontraram relação de lisina e metionina de 0,85% e 0,55%, respectivamente, sendo estas, variações que devem ser consideradas. Ainda, Engel et al. (2008) mensuraram a degradação da proteína do DDG no rúmen e concluíram que possui alta porcentagem de proteína não degradável no rúmen (PNDR), com teores entre 47 a 57%, semelhantes às fontes de farelo de soja extrusado.

A participação deste ingrediente deve ser analisada de forma global, olhando para:

      • custos das demais fontes proteicas disponíveis,
      • nível de produção dos animais e
      • balanceamentos almejados.

Em meta-análises de experimentos citados por Stotzer (2017), o uso de DDG na alimentação de ruminantes pode variar de 5 a 30% da MS da dieta. Estas variações, que podem influenciar no balanceamento, estão relacionadas ao:

      • teor de óleo,
      • teor de proteína e
      • perfil de aminoácidos.

Em períodos estratégicos a utilização do DDG se apresenta economicamente viável. A escolha criteriosa do fornecedor deve ser considerada em função dos distintos processos de produção deste ingrediente.

Análises bromatológicas periódicas, adequado local e período de estocagem também são pontos importantes a serem observados ao utilizar este alimento em dietas de vacas leiteiras.

Referências
BELYEA et al. Composition of corn and distillers dried grains with solubles from dry grind ethanol processing. 2004. Bioresource Technology, v. 94, p. 293-298.
ENGEL CL, Patterson HH, Perry GA (2008) Effect of dried corn distillers grains plus solubles compared with soybean hulls, in late gestation heifer diets, on animal and reproductive performance. Journal of Animal Science, v. 86, n. 7, p. 1697-1708 .
SPIEHS, M.J., M.H. Whitney, and G.C. Shurson. 2002. Nutrient database for distiller’s dried grains with solubles produced from new ethanol plants in Minnesota and South Dakota. J. Anim. Sci. 80:2639.
STOTZER E.S. Dissertação de mestrado: “Grãos destilados de milho e sorgo na alimentação de ovinos”. Sinop, 2017.

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