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Terminação intensiva a pasto: o motor da pecuária do futuro

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Cada vez mais adotada no Brasil, a TIP se firma como solução rentável, sustentável e regenerativa

 

A busca por eficiência produtiva, sustentabilidade e rentabilidade tem levado a pecuária brasileira a intensificar suas práticas com foco no uso mais racional da terra. Entre as estratégias que mais crescem no país está a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), um sistema que alia suplementação concentrada com o uso de pastagens bem manejadas, promovendo o ganho acelerado de peso em bovinos nos últimos meses antes do abate, em um ambiente totalmente natural.

Pioneira no fomento a esse sistema, a Agroceres Multimix, que há mais de 20 anos colabora com a evolução dessa tecnologia, reforça que a prática da TIP não contempla uma receita única ou padronizada.

“A TIP exige planejamento personalizado, levando em conta o tamanho do projeto, os objetivos do produtor, a infraestrutura da fazenda e as particularidades regionais. Outro fator importante é a clareza sobre a condição dos animais vindos da recria, sobretudo em relação à curva de crescimento dos animais nesta fase, de modo a definir-se a melhor estratégia para o ganho de peso na terminação”, explica o Gestor Regional de Bovinos de Corte da empresa, Neimar Urzedo.

O especialista acrescenta que a TIP é um sistema totalmente tropicalizado e democrático. “Pode ser aplicado em projetos com 20 bois ou em operações gigantescas, como a de um cliente nosso no Mato Grosso, que trabalha com 200 mil animais”, revela.

A chave do sucesso, segundo ele, está em enxergar a TIP como um sistema integrado, que depende da sinergia entre animal, solo, capim e dieta. Esses quatro pilares formam a base de uma pecuária mais eficiente, tecnificada e sustentável.

 

Os 4 pilares da TIP

O primeiro pilar da TIP é o animal. Como o ciclo de engorda é curto e intensivo, a performance depende de bovinos bem recriados, saudáveis e com genética favorável a uma alta conversão alimentar. Isso exige atenção desde a fase de cria e recria, garantindo que os animais entrem na TIP em condições ideais para aproveitar o potencial da suplementação. 

O segundo pilar é o solo. Em sistemas intensivos, a concentração de animais por hectare é bem maior do que na pecuária extensiva tradicional. Esse adensamento resulta em um aporte expressivo de matéria orgânica no solo (fezes e urina) — cerca de 10 toneladas por hectare ao ano, em média. Isso favorece a atividade biológica, melhora a estrutura e fertilidade do solo e impulsiona a produção de forragem. Com isso, a TIP não apenas evita o desgaste da terra, como regenera áreas em processo de degradação, alinhando-se aos princípios da pecuária regenerativa. 

O terceiro pilar é o capim. A boa qualidade do solo se traduz em pastos mais vigorosos, produtivos e resilientes. O capim, além de representar parte da dieta, é essencial para a viabilidade econômica da TIP, pois sustenta altas lotações e reduz o custo total da dieta. Um bom pasto bem manejado também contribui para a captura de carbono, agregando valor ambiental ao sistema, afinal, o capim funciona como um filtro verde, captando CO2 por meio das folhas (fotossíntese) e injetando, via raízes, parte desse carbono no solo. Já a outra parte do carbono é consumida pelos animais através das folhas e convertida em carne de alta qualidade. 

Fechando o ciclo, o quarto pilar é a dieta. Mesmo com pasto disponível, a TIP exige uma suplementação de alto desempenho, formulada com energia, proteína, minerais, vitaminas e aditivos capazes de impulsionar ganhos de peso diários em torno de 1,4 kg e 1,6 kg por cabeça. O balanceamento entre forragem e concentrado, feito de forma precisa, é o que garante produtividade por hectare e retorno financeiro.

 

Os 4 pilares da Terminação Intensiva a Pasto (TIP)

Alta produtividade com base em eficiência, manejo e sustentabilidade

ANIMAL – O centro de tudo

  • Exige bovinos bem recriados, saudáveis e com bom potencial de conversão alimentar. 
  • Como o ciclo de engorda é curto e intensivo, os animais precisam responder rapidamente ao protocolo nutricional, alinhado à sua genética.

 

SOLO – Onde tudo começa

  • A alta lotação favorece o aporte de matéria orgânica: até 10 t/ha/ano. 
  • Isso estimula a atividade biológica e melhora a fertilidade natural do solo. 

 

CAPIM – A base viva do sistema

  • Pastagens bem manejadas garantem oferta de volumoso e sustentam a lotação. 
  • Um pasto saudável também colabora com a captura de carbono. 

 

DIETA (SUPLEMENTAÇÃO) – O motor da engorda

  • Rações ricas em energia, proteína, minerais, vitaminas e aditivos aceleram o ganho de peso. 
  • O equilíbrio entre capim e suplemento são os dois aceleradores da rentabilidade.   

 

Vital para o futuro

Além de ganhos zootécnicos, a TIP tem papel estratégico no futuro da pecuária nacional. Por sua capacidade de aumentar a produtividade em áreas já abertas, ela atende três agendas centrais do agro brasileiro: a recuperação de solos degradados, a prevenção do desmatamento e o aumento da oferta de carne bovina sem ampliação da fronteira agrícola. Por isso que o sistema é considerado prioritário pelo Mapa e integra o Plano ABC+, que orienta a produção agropecuária de baixo carbono.  

O modelo também tem conquistado o apoio do setor financeiro. Bancos e instituições de crédito vêm abrindo linhas específicas para financiar projetos de TIP, reconhecendo seu potencial de escala e sustentabilidade. “E mais: em vez de estimular o desmatamento, a intensificação a pasto incentiva o plantio de árvores para sombra e bem-estar dos animais, ampliando os benefícios ambientais”, lembra Urzedo.  

 

Desafios para tirar a TIP do papel

Se por um lado a TIP oferece uma rota clara para modernizar a produção, por outro ela exige gestão altamente profissionalizada, sobretudo em sistemas de proporção maiores. 

O principal desafio está no capital de giro necessário, já que a lotação por hectare pode saltar de um ou dois bois — no sistema tradicional a pasto — para até dez. Isso significa que o maior investimento passa a ser no próprio animal.

“Outro ponto crítico é saber comprar certo e de forma estratégica, o que não significa comprar barato”, pontua o gestor da Agroceres Multimix. A TIP também depende da aquisição de bois que se encaixem no sistema e de saber aproveitar as janelas de oportunidade na aquisição de insumos, especialmente milho, principal ingrediente da suplementação.  

Além disso, o produtor precisa ter clareza sobre seus objetivos, definir o padrão de carcaça desejado e estabelecer um modelo de controle de indicadores zootécnicos e econômicos. “Saber o custo por arroba, o ganho médio diário, a taxa de lotação e o retorno por hectare, dentre outros indicadores, não é uma opção, mas uma exigência para que o sistema funcione”, enfatiza.   

O avanço da TIP reflete uma mudança de mentalidade na pecuária brasileira: produzir mais, em menos espaço, com foco na rentabilidade, mas também com responsabilidade ambiental e social, cuja premissa compreende a geração de renda, dinamização econômica regional e fortalecimento da segurança alimentar. Ao combinar tecnologias, nutrição, genética, sanidade, manejo e conhecimento, a TIP mostra que é possível alcançar alta performance sem abrir mão de todos os pilares da sustentabilidade: social, ambiental, econômica e empresarial.  

“Com potencial para transformar áreas degradadas em polos produtivos, preservar florestas e atender às exigências de mercados cada vez mais atentos à origem dos alimentos, a TIP deixa claro que o futuro da carne bovina brasileira passa pela intensificação eficiente e regenerativa do solo. O equilíbrio define esse sistema, uma vez que, de forma simultânea, ele limpa o ambiente via captação de carbono, regenera o solo e garante uma alta produtividade de alimento — algo essencial para garantir a oferta de alimento de qualidade para as próximas gerações”, finaliza Urzedo. 

Se por um lado a TIP oferece uma rota clara para modernizar a produção, por outro ela exige gestão altamente profissionalizada, sobretudo em sistemas de proporção maiores. 

O principal desafio está no capital de giro necessário, já que a lotação por hectare pode saltar de um ou dois bois — no sistema tradicional a pasto — para até dez. Isso significa que o maior investimento passa a ser no próprio animal.

“Outro ponto crítico é saber comprar certo e de forma estratégica, o que não significa comprar barato”, pontua o gestor da Agroceres Multimix. A TIP também depende da aquisição de bois que se encaixem no sistema e de saber aproveitar as janelas de oportunidade na aquisição de insumos, especialmente milho, principal ingrediente da suplementação.

Além disso, o produtor precisa ter clareza sobre seus objetivos, definir o padrão de carcaça desejado e estabelecer um modelo de controle de indicadores zootécnicos e econômicos. “Saber o custo por arroba, o ganho médio diário, a taxa de lotação e o retorno por hectare, dentre outros indicadores, não é uma opção, mas uma exigência para que o sistema funcione”, enfatiza. 

O avanço da TIP reflete uma mudança de mentalidade na pecuária brasileira: produzir mais, em menos espaço, com foco na rentabilidade, mas também com responsabilidade ambiental e social, cuja premissa compreende a geração de renda, dinamização econômica regional e fortalecimento da segurança alimentar. Ao combinar tecnologias, nutrição, genética, sanidade, manejo e conhecimento, a TIP mostra que é possível alcançar alta performance sem abrir mão de todos os pilares da sustentabilidade: social, ambiental, econômica e empresarial. 

“Com potencial para transformar áreas degradadas em polos produtivos, preservar florestas e atender às exigências de mercados cada vez mais atentos à origem dos alimentos, a TIP deixa claro que o futuro da carne bovina brasileira passa pela intensificação eficiente e regenerativa do solo. O equilíbrio define esse sistema, uma vez que, de forma simultânea, ele limpa o ambiente via captação de carbono, regenera o solo e garante uma alta produtividade de alimento — algo essencial para garantir a oferta de alimento de qualidade para as próximas gerações”, finaliza Urzedo.

 

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