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Nutrição aminoacídica da poedeira moderna

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Aminoacídica: Como atingir 100 semanas de produção com qualidade

Aminoacídica, neste artigo da Agroceres Multimix vamos falar um pouco sobre ela e em como atingir em 100 semanas uma produção de qualidade.

Da mesma forma que a tecnologia – a cada ano – evolui exponencialmente, com a genética das poedeiras não é diferente. As aves de 5 anos atrás já não são mais as mesmas de hoje. As casas genéticas investem pesado nos processos da seleção genética, para desenvolver aves com: melhor conversão alimentar, maior persistência de postura, melhor qualidade de casca e maior resistência a doenças.

Além de mais produtivas, as aves estão mais longevas. Há quinze anos, os lotes eram descartados por volta de 80 semanas de idade com, aproximadamente, 355 ovos por ave alojada. Atualmente, não é raro encontrar lotes ultrapassando as 100 semanas de idade com excelentes índices produtivos. O maior ganho genético em ovos por ave alojada se dá a partir da segunda metade do ciclo produtivo (55 semanas de idade), ou seja, as linhagens estão melhorando a persistência de postura.

Tendo em vista toda essa evolução do potencial genético, a nutrição, que antes já tinha um peso enorme sobre o “ótimo desempenho produtivo”, passou a ser ainda mais relevante e desafiadora. Quanto mais alongamos a vida produtiva e melhoramos a conversão alimentar, mais aumentamos a importância da nutrição na atividade, ou seja, as aves estão produzindo mais e consumindo menos. Consequentemente, a importância em se trabalhar com dietas bem ajustadas à realidade do momento da ave, aumenta.

Pensando pelo lado nutricional, temos basicamente 5 pontos importantes para garantir que a ave tenha uma vida produtiva longeva e com ovos de qualidade:

  1. Cria e recria – É essencial que a ave tenha um desenvolvimento corporal e fisiológico adequado;
  2. Manutenção do escore corporal na fase de produção – Garantir que a ave não utilize demasiadamente sua reserva corporal ao longo da vida produtiva, garantindo uma boa persistência de postura nas fases finais de produção;
  3. Saúde hepática – O fígado é o responsável pelo metabolismo de nutrientes, além de participar ativamente no metabolismo do cálcio para síntese de casca;
  4. Saúde intestinal – Manter o intestino íntegro para garantir uma boa absorção dos nutrientes;
  5. Controle do peso do ovo – Ajustar corretamente as dietas, baseado em dados de produção e peso do ovo, em cada fase de produção, para evitar o aumento exagerado do peso do ovo e garantir uma boa qualidade de casca nas fases finais.

Se pensarmos que a galinha de hoje possui uma maior produção de massa de ovos ao longo de sua vida, além de uma grande persistência de postura, podemos afirmar que essa ave possui um metabolismo de nutrientes muito maior do que de suas antepassadas, principalmente da parte aminoacídica. As aves mais produtivas metabolizam uma maior quantidade de proteína e aminoácidos para manter a produção elevada. Outro ponto importante está relacionado ao metabolismo de cálcio e fósforo, pois com o aumento da longevidade produtiva, o metabolismo de cálcio e fósforo passa a ter uma grande relevância.

Para conseguirmos ultrapassar as 100 semanas de idade com bons resultados produtivos e, principalmente, com boa qualidade de casca é importante pensarmos na exigência aminoacídica da poedeira moderna. Sabemos que os aminoácidos são substâncias orgânicas vitais para quase todos os processos metabólicos do organismo, pois participam da síntese proteica, do sistema imunológico, da sínteses enzimáticas e das enzimas, dos hormônios do crescimento e reprodução, do metabolismo de cálcio, da manutenção e reparo de tecidos, possuem funções estruturais, atuam no transporte de nutrientes (hemoglobina e mioglobina), coagulação, entre outras coisas.

Diariamente, a ave mobiliza uma grande quantidade, e diversidade, de aminoácidos obtidos da dieta e também de sua reserva corporal, principalmente do músculo peitoral que funciona como uma reserva de aminoácidos para manter a síntese proteica e, consequentemente, a produção de ovos. Para conseguirmos atingir as 100 semanas com boa persistência de postura é essencial que as dietas fornecidas estejam balanceadas e adequadas à cada fase de vida da poedeira.

A metionina é o primeiro aminoácido limitante para poedeiras. Trata-se de um aminoácido sulfurado que além de atuar em diversos mecanismos fisiológicos através da doação de grupos metil, também possui funções estruturais e pode ser transformada em cisteína, que é o aminoácido encontrado em maior quantidade nas penas. As aves de antigamente tinham uma resposta muito sensível aos aumentos de metionina das dietas, principalmente na fase de pico de postura. A utilização de dietas com níveis elevados aumentava o risco de problemas de excesso de peso de ovo e, consequentemente, prolapsos.

Esse receio ainda existe, porém, atualmente, diversos experimentos de dose-resposta para os AAS têm mostrado que as linhagens atuais possuem uma exigência maior desse aminoácido para a produção de ovos e, além disso, seu efeito no aumento do peso do ovo foi reduzido. A possibilidade de se trabalhar com níveis mais elevados de AAS no início de produção é uma das estratégias que contribui para preservar o escore corporal da ave e, consequentemente, melhorar sua persistência de postura e longevidade de produção nas fases finais.

Figura1. Influência da metionina+cistina digestível na dieta de poedeiras comerciais brancas (de 20 a 50 semanas).

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Fonte: Carvalho, 2017

Pensando na nutrição aminoacídica de poedeiras, um dos pontos mais críticos seria o período de 18 a 26 semanas de idade, pois nessa fase a poedeira ainda não atingiu sua capacidade máxima de consumo de ração, ou seja, a ave está em um período de aumento de produção, com consumo de ração ainda limitado e, além disso, na fase final de crescimento corporal. Esse é o período mais crítico e decisivo para que consigamos atingir bons resultados de persistência de postura. Nesse momento, precisamos ficar atentos com o escore corporal de gordura e, principalmente, muscular das aves. Se não conseguimos fornecer a dieta adequada, certamente não teremos boa persistência e, consequentemente, o número de ovos/ave alojada ficará abaixo do preconizado pelos manuais.

Trabalhar com mais fases de rações no terço inicial de produção (18 a 40 semanas de idade) pode ser uma boa alternativa. Essa estratégia facilita a adequação de todos os nutrientes em função do consumo real da ave. Quanto maior o número de rações utilizadas, mais fácil fica atender a exigência das aves. Porém, sabemos da dificuldade logística de algumas fábricas ao se trabalhar com número elevado de raçoes, portanto, neste caso, o recomendado é trabalhar pelo menos com uma ração específica para esse período crítico (19 a 26 semanas).

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Fonte: Adaptado do Guia de Manejo Hy-Line (2016)

A fração proteica das dietas é apenas um dos diversos pontos da nutrição que influenciam nos resultados zootécnicos das linhagens modernas. Hoje, com a disponibilidade dos diversos aminoácidos cristalinos (metionina, lisina, treonina, triptofano, valina), é possível ajustar adequadamente as formulações para garantir o bom desempenho produtivo. Outros assuntos, como: exigência energética, exigências vitamínicas e minerais, também devem ser ajustados para buscar o ótimo desempenho.

Nutrição Animal – Agroceres Multimix

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