Um panorama sobre a Salmoneloses
O Brasil encontra-se entre os maiores produtores e exportadores de carne de frango do mundo, o que representa um faturamento de milhões de dólares por ano. As salmoneloses estão entre as principais doenças das aves comerciais, na qual sua presença em plantéis avícolas é responsável por perdas econômicas. Portanto, é fundamental o controle da salomonella spp para a manutenção da avicultura brasileira e conservação dos seus altos índices de produção e exportação de produtos avícolas.
A falta de controle ou prevenção da salmonela pode acarretar grandes prejuízos a toda cadeia avícola. Atualmente, as salmoneloses ocupam uma das posições mais destacadas no campo da saúde pública em todo o mundo, pois apesar de todo o desenvolvimento tecnológico e da adoção de melhores medidas de higiene, é crescente e relevante o número de casos de salmoneloses humana e animal.
Salmonelose é o termo usado para denominar a infecção causada por bactérias do gênero Salmonella. É um bacilo Gram negativo, composto pelas espécies enterica e bongori. A espécie Salmonella entérica é dividida em 6 subespécies.
No gênero Salmonella, estão incluídos mais de 2.500 sorotipos. Alguns desses sorotipos infectam as aves, podendo causar três enfermidades distintas:
- Pulorose: cujo agente é a Salmonella Pullorum;
- Tifo Aviário: cujo agente é a Salmonella Gallinarum;
- Paratifo Aviário: causada por qualquer outra Salmonella que não seja Pullorum nem S.Gallinarum.
Pulorose
Causada pela bactéria Salmonella pullorum. chamada de diarreia branca. Doença com alta mortalidade e que acomete aves jovens de 1 a 4 semanas de vida, mas que, no entanto, aves adultas podem sofrer infecção sem apresentar sinais clínicos.
Cama, água, alimentos contaminados com material fecal ou resíduo de incubatório de lotes positivos, são as principais fontes de infecção. Equipamentos, veículos, homem e animais silvestres e domésticos também podem ser meio de contaminação.
Os sinais apresentados pelas aves jovens são: prostração, asas caídas, anorexia, diarreia esbranquiçada, perda de peso, debilidade geral e penas eriçadas, podendo apresentar artrite e dificuldade respiratória. Aves adultas podem ser portadoras assintomáticas, apresentando: diarreia, refugos, falsas poedeiras e queda na produção.
O diagnóstico pode ser feito por meio da evolução clínica do lote, sinais, lesões e comprovado por meio de exame sorológico. O tratamento pode ser feito com uso de antibióticos, mas vale a pena ressaltar que a ave tratada permanece portadora do agente. A prevenção contra a Pulorose pode ser feita por meio de boas práticas, biosseguridade e isolamento. É importante que as aves portadoras do agente sejam eliminadas do plantel.
Tifo Aviário
Causado pela bactéria Salmonella Gallinarum, acomete principalmente aves adultas. O diagnóstico é passível de confusão com a pulorose, pois muitas das características são semelhantes. A infecção natural por S. Galinarum é restrita às aves e as formas de transmissão da doença são semelhantes à Pulorose. De modo geral, o tifo aviário acomete aves adultas, podendo se manifestar em aves jovens.
Aves jovens apresentam dificuldade respiratória e presença de fezes emplastadas, já aquelas nascidas de matrizes infectadas, aparecem mortas nas bandejas do incubatório. Aves adultas apresentam: diarreia, apatia, anorexia, anemia, perda de peso, queda na produção, mal súbito, fezes esverdeadas ou amarela/esverdeada. Diagnóstico feito com base nos achados clínicos do lote.
Lembrando que há a possibilidade de ser confundido com a Pulorose. Nesse caso, a confirmação será feita após o isolamento e identificação do agente. Tratamento e prevenção seguem a mesma base das recomendações da Pulorose. Dentro das recomendações básicas de prevenção, para poedeiras comercia, a vacina também é recomendada.
Paratifo Aviário
Causado por qualquer espécie de Salmonella, com exceção da Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum e Salmonella Arizonae, a predominância dos sorotipos varia de acordo com a região. A Salmonella Enteritidis e a Salmonella Typhimurium estão entre as mais prevalentes em aves e têm grande importância para saúde pública.
As aves jovens são as mais suscetíveis à doença, mas as adultas também podem ser afetadas. A maioria das infecções por salmonela paratífica não produzem sinais clínicos, nem lesões. Acomete: aves, mamíferos, répteis, insetos e roedores.
A transmissão principal da doença é via oral, havendo casos de transmissão por: aerossóis, cama, água, alimentos contaminados com material fecal ou resíduo de incubatório, equipamentos e veículos.
O homem e os animais apresentam doença mais grave quando a infecção ocorre em indivíduos mais jovens. Os sinais clínicos são raros, no entanto, pode ocorrer altas taxas de mortalidade e baixo desenvolvimento zootécnico do lote.
Salmonelas paratíficas tem potencial de causar altas mortalidade nos lotes, mas o mais preocupante é o ponto de vista de saúde pública. Carne de frango e ovo são considerados uma das principais fontes de contaminação de salmonela para o homem.
O diagnóstico pode ser comprovado por meio de sorologia e o tratamento consiste em aplicação de antibacterianos que, embora reduza a mortalidade, não livram as aves de continuarem sendo portadoras do agente. Assim como nas outras formas de salmoneloses aviárias, as aves com diagnósticos positivo devem ser eliminadas. As medidas preventivas são as mesmas das outras formas de salmoneloses: adquirir aves livres da doença, realizar controle de vetores, higiene e desinfecção das granjas, medidas de biossegurança e aplicação de boas práticas de manejo.
A salmonelose é uma enfermidade bacteriana de grande risco para a avicultura industrial e saúde pública, e a prevenção e o controle sanitário são condições fundamentais para garantir o desenvolvimento da avicultura brasileira no mercado interno e externo. Medidas rígidas de controle, prevenção e biosseguridade, aliados a um rápido diagnóstico, são imprescindíveis para a erradicação da doença.
No Brasil, o controle da doença é realizado por um plano denominado Plano Nacional de Sanidade Avícola, aliado à Instrução Normativa 20, de 21 de outubro de 2016 (MAPA). Temos que esclarecer ao consumidor que nem toda salmonela faz mal à saúde. Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, são os tipos que oferecem risco à saúde pública, e essas são controladas por órgãos fiscalizadores. Salmonella spp, que são encontradas com maior frequência em carne e ovos de aves, são destruídas após submetidas a altas temperaturas, sendo essas inofensivas à saúde.
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