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Desmistificando a coleta e gestão de dados na pecuária de corte

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Quando falamos em eficiência produtiva e rentabilidade na pecuária de corte, um dos maiores gargalos é a capacidade de tomar decisões rápidas e fundamentadas em dados confiáveis.

No entanto, é comum, em análise de dados, pensar apenas nos indicadores de resultados finais. Esses são, de fato, importantes — mas o verdadeiro diferencial está em acompanhar os dados enquanto o “jogo está sendo jogado”, permitindo ajustes em tempo real nas estratégias nutricionais e operacionais.

Mesmo com o avanço da tecnificação no campo, ainda enfrentamos barreiras culturais e operacionais na implantação de sistemas de coleta e gestão de dados, como o Software Confinatto. Neste artigo, vamos explorar essas dificuldades, desmistificar pontos-chave e apresentar soluções práticas que têm transformado a rotina das fazendas.

 

A importância da tomada de decisão durante o processo

A análise de dados em tempo real permite identificar falhas no manejo nutricional e corrigi-las antes que resultem em prejuízos. Ajustar a rota durante o percurso é muito mais eficiente do que justificar falhas ao final do ciclo, quando os índices planejados não são atingidos.

Esse tipo de acompanhamento contínuo não depende do tamanho da fazenda. Seja um rebanho de 100 ou de 20 mil animais, o que realmente importa é a precisão e a consistência das informações geradas no campo. São os controles e análises de dados que garantem os resultados planejados.

Tecnologia que simplifica e capacita

Uma das preocupações mais comuns entre os pecuaristas é a falta de mão de obra qualificada para coletar e analisar dados. De fato, ter um profissional que domine tanto a coleta quanto a análise seria o cenário ideal. Mas, na prática, essa realidade está distante de muitas propriedades.

Por outro lado, com a disseminação da tecnologia no campo, surgiram aplicativos que simplificam a coleta de dados. O Software Confinatto, por exemplo, permite que qualquer funcionário da fazenda registre as informações de manejo nutricional com poucos cliques, de forma intuitiva. Ele substitui as antigas cadernetas de bolso por uma solução digital padronizada, precisa e de fácil acesso.

Informações como produção de dieta, distribuição de dieta nos cochos e notas de score de cocho são automaticamente transformadas em relatórios analíticos, com acesso remoto pelos gestores e técnicos das fazendas, facilitando decisões mais rápidas e assertivas.

 

Valorização da equipe operacional: tratadores como protagonistas

Outro ponto frequentemente levantado é a resistência dos próprios tratadores — profissionais fundamentais na rotina de manejo.

Muitos gestores questionam: “Meu tratador faz isso há anos e sempre funcionou. Será que ele vai se adaptar?”

Toda mudança gera desconforto e requer um período de adaptação. Mas esses profissionais também são capazes de se adaptar às novas fases da pecuária, desde que tenham sua experiência respeitada e sejam integrados ao processo como peças estratégicas.

São eles que observam, todos os dias, o comportamento alimentar dos animais. Por isso, ao capacitá-los e mostrar como o trabalho deles e os dados coletados impactam diretamente o desempenho do rebanho, eles deixam de se sentir fiscalizados e passam a se enxergar como participantes dos resultados.

Uma frase que usamos com frequência nas implantações resume bem essa visão: “Não queremos fiscalizar o seu trabalho. Queremos facilitar e valorizar aquilo que você já faz bem”.

Implantação gradual e personalizada

Toda implantação de um sistema de gestão de dados precisa respeitar o tempo e o momento da fazenda. Cada propriedade tem seu nível de maturidade tecnológica e sua própria dinâmica operacional. Por isso, ao iniciar um projeto com um novo cliente, o ideal é fazer um diagnóstico detalhado da rotina da fazenda, adaptando os processos às práticas já existentes — evitando desgastes e resistências.

Inicia-se com coletas básicas, como a produção e a distribuição de dieta, e avançamos conforme a equipe se adapta. Alguns clientes preferem relatórios mais sintéticos e estratégicos; outros desejam um nível de detalhamento maior. Em qualquer cenário, nosso papel é conduzir essa jornada de forma estruturada, respeitosa e progressiva.

Além dos treinamentos técnicos sobre o uso do software, a capacitação em manejo nutricional e operacional é essencial, reforçando a integração entre tecnologia e o bom manejo no campo.

 

Soluções para diferentes realidades

Cada produtor tem suas particularidades. Por isso, oferecer soluções que vão desde aplicativos simples e intuitivos até sistemas mais tecnificados, como coleta automatizada. O objetivo é sempre o mesmo: aumentar a qualidade das informações do campo sem aumentar a complexidade da rotina.

Em um cenário de margens apertadas, dados confiáveis e de fácil acesso são um dos maiores aliados da rentabilidade.

Ainda há quem pense que a gestão de dados se aplica apenas a grandes propriedades ou a estruturas altamente tecnificadas. Mas a realidade no campo mostra o contrário: as maiores transformações acontecem quando a tecnologia é aplicada de forma prática, acessível e respeitosa — independentemente do tamanho da operação.

Não é o número de cabeças que define o sucesso de uma fazenda, mas a qualidade das decisões tomadas ao longo do ciclo. E essas decisões só serão acertadas se forem baseadas em dados confiáveis, colhidos no momento certo, com ferramentas eficazes e uma equipe preparada.

A pecuária de corte do futuro começa com a boa gestão de hoje.

“Se você não pode medir, você não pode gerenciar” – (Peter Drucker).

 

 

 

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