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Grão inteiro de milho no confinamento, vale a pena? – Série Geração Confinatto

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Confinamento com grão inteiro de milho: fisiologia digestiva dos animais ruminantes

Dependendo do valor de mercado do milho, da arroba do boi gordo e do custo da reposição, vemos crescer o interesse pelo uso de dietas sem volumoso, baseadas na utilização do grão inteiro de milho.

Antes de começar a discutir a técnica – propriamente dita – e elencar os pontos favoráveis e “poréns” do seu uso, cabe fazermos uma pausa para entender um pouco sobre a fisiologia digestiva dos animais ruminantes.

A grande vantagem desse grupo de animais se dá pela presença de uma câmara fermentativa (rúmen-retículo), dotada de microrganismos, com capacidade de fermentar alimentos, cujo resultado desse processo é a produção de energia e proteína para o animal hospedeiro. No entanto, para que estes processos ocorram em harmonia, uma série de características do ambiente ruminal devem ser respeitadas, para que não ocorra o comprometimento da ação dos microrganismos ali presentes. Sendo assim, devemos nos atentar ao fato de que o fornecimento de uma quantidade mínima de fibra é importante, uma vez que sua presença no trato do animal estimulará o processo de ruminação, o qual permitirá produção de saliva, auxiliando no tamponamento do sistema. Esse é um ponto de extrema importância, uma vez que, a queda do pH no rúmen, comprometerá o crescimento dos microrganismos, refletindo na redução do aporte de energia e proteína, incidindo, consequentemente, na saúde do animal.

Dieta sem volumoso e a necessidade de se trabalhar com ingredientes que são efetivos para estimular o processo de ruminação dos animais

Sendo assim, quando pensamos em dietas sem volumoso, surge a necessidade de se  trabalhar com ingredientes que apresentem – de alguma forma – certa efetividade em estimular os processos de ruminação.

A partir deste pensamento, surge a técnica de utilizar o grão inteiro de milho, com o objetivo de explorar esse ingrediente com duplo propósito na dieta, ou seja, como fonte primária de energia e também por seu estimulo mecânico dentro do rúmen, promovendo ruminação, salivação e consequentemente, estabilidade ruminal, evitando assim os distúrbios metabólico (acidose) e redução na taxa de consumo que uma dieta sem fonte de fibra poderia causar. Como já comentado, estes efeitos são importantes para não comprometer os resultados produtivos.

Frente ao uso da técnica do grão inteiro, temos a praticidade de não trabalhar com uma fonte de volumoso na dieta e o adendo da não necessidade de moagem do grão do milho, o que resulta em redução do custo operacional e maior praticidade no dia a dia da fazenda. Basicamente, a estratégia se baseia em trabalhar com o grão de milho, adicionado a um pellet proteico mineral.

Post. Grão Inteiro. Exemplo de grão inteiro do milho.

Apesar de simples, a adoção dessa estratégia deve ser bem estruturada, demandando um bom protocolo de adaptação e uma combinação de aditivos que confira segurança alimentar.

Vantagens no uso da técnica do grão inteiro de milho no confinamento

Dentre as vantagens da utilização da técnica do grão inteiro, podemos citar:

  1. Praticidade conferida pelo uso de poucos ingredientes;
  2. Não necessidade de confecção e manuseio de alimento volumoso na fazenda;
  3. Reducão do custo com equipamentos e energia (moinho);
  4. Redução da demanda de mão-de-obra, pela facilidade de mistura;
  5. Menor custo operacional e investimento inicial.

Vale lembrar que, as vantagens citadas acima podem assumir diferentes graus de importância, de acordo com cada região e contexto que a técnica será utilizada.

Dieta sem volumoso com uso de grão inteiro de milho: a técnica

As proporções mais indicada e utilizadas da dieta sem volumoso são de 80-85% de grão de milho inteiro e 15-20% do pellet concentrado. Trata-se, portanto, de uma dieta altamente energética, que resulta em um consumo reduzido, em razão do efeito químico da alta energia sobre os mecanismos que regulam o consumo alimentar dos bovinos. O consumo mais baixo, aliado ao bom desempenho em ganho de peso e rendimento de carcaça, resulta em melhorias da conversão alimentar, com valores entre 135 e 145 kg de matéria seca ingerida por arroba ganha.

Esse tipo de dieta requer um período de adaptação muito bem realizado e acompanhamento bastante rígido das operações de mistura e distribuição, respeitando-se: a quantidade a ser fornecida, os horários de fornecimento, constante monitoramento do consumo dos animais, comportamento de chegada ao cocho e escore de fezes, permitindo assim, detectar de forma rápida, o aparecimento de qualquer eventualidade que possa comprometer a eficácia dessa tecnologia nutricional.

Em situações de suplementação a pasto, principalmente, em níveis de médio a alto consumo (0,5 a 1% do PV), os animais apresentarão maior afinidade com este tipo de dieta e, também, afinidade com o consumo de alimentos no cocho, podendo claramente ter uma adaptação mais curta. Do contrário, a adaptação deverá levar mais tempo. Em ambas as situações, a adaptação, que já era muito importante em dietas comuns de confinamento, passa a ter maior importância nesse tipo de dieta.

A adaptação poderá ser feita com os animais já em confinamento (nesse caso será necessário de uma fonte de forragem) ou em pastejo. Em ambos os casos, inicia-se fornecendo as misturas na quantidade de 1,0 % do peso vivo do animal, aumentando gradativamente de acordo as recomendações abaixo:

Post. Grão Inteiro. Tabela com % de grão inteiro com pellet (caroço de algodão).
* Alterações no protocolo podem ser realizadas de acordo com recomendação do técnico responsável; No caso de adaptação de animais a pasto, o fornecimento da mistura acontece no pasto, até que o consumo alcance 1,5 a 1,75% do PV, a partir deste ponto os animais são fechados e alimentados de acordo com a recomendação.

Caroço de algodão como opção a ser trabalhada na dieta com grão inteiro e pellet

Um ingrediente que pode ser trabalhado junto ao grão inteiro e o pellet, que tem mostrado grande potencial em auxiliar a manutenção do ambiente ruminal, é o caroço (ou torta) de algodão. Normalmente a campo, esse ingrediente tem composto dietas de grão inteiro, com inclusões que variam de 5 a 10% da mistura.

Post. Grão Inteiro. Exemplo de grão inteiro com pellet (caroço de algodão).

Outro detalhe de extrema importância que devemos nos atentar é que, uma vez adaptado à dieta de grão inteiro, nunca devemos deixar faltar alimento no cocho. Esse tipo de dieta apresenta alto teor de MS e, portanto, não oferece o mesmo risco de fermentar no cocho, como ocorre com dietas com silagem.

Diferentemente de alguns confinamentos, que trabalharam com leitura de cocho, buscando sempre o “cocho limpo”, nessa dieta é inadmissível cocho vazio, pois isso pode levar a um quadro a apetite depravado, resultando em consumo exagerado e, podendo desencadear problemas como acidose.

Por uma questão de aumento da taxa de passagem, promovido por esse tipo de dieta, ocorre a diminuição do trato gastrointestinal do animal, o que reflete no aumento do rendimento de carcaça. Na prática, observa-se menor ganho de peso, se comparado ao sistema de confinamento tradicional, no entanto, independente do sistema, o ganho em carcaça é o mesmo, sendo possível observar diferenças da ordem de dois pontos percentuais a mais no rendimento de carcaça, nos animais abatidos no sistema de grão inteiro.

Aproveitamento do amido do grão de milho

Dos nutrientes presentes nas dietas de bovinos de corte, o amido é o componente mais importante e representa a maior quantidade de energia digestível consumida pelos animais, sendo que, a principal fonte de amido utilizada nessas dietas são os grãos de milho. Dessa forma, a avaliação do aproveitamento do amido pelo trato gastrointestinal (TGI), pode ser uma medida importante para a melhoria no desempenho de bovinos confinados e para a viabilidade econômica do sistema como um todo.

A principal questão levantada com relação ao uso da técnica reside sobre a capacidade do animal em aproveitar a energia presente no grão. No campo, é nítido a presença de uma grande quantidade de grãos de milhos nas fezes dos animais que estão consumindo esse tipo de dieta. “Defensores do processamento do milho” argumentam que o valor energético do grão inteiro é bastante reduzido, em relação ao produto obtido pelo seu processamento.

Post. Grão Inteiro. Exemplo de grão inteiro.

É fato que a digestibilidade do grão do milho será dependente da extensão em que sua estrutura física foi rompida durante o processo de mastigação, uma vez que, para que ocorra o processo de degradação ruminal do amido do grão de milho, é necessário que o grão sofra ropturas físicas em seu endosperma, permitindo assim a colonização e ataque microbiano. Nesse sentido, temos observado que animais mais jovens tendem a mastigar de forma mais intensa o alimento ingerido, do que animais mais velhos, criados em sistemas a pasto por período mais prolongados.

Processamento do milho

Visto que, o principal componente energético do milho é o amido (72%) e devido sua importancia na dieta, otimizar o uso desse nutriente é fundamental para se obter alta eficiência alimentar de animais em engorda, com dietas ricas em grãos. Assim, o processamento do milho tem como principal objetivo: a melhoria na disponibilidade do amido, aumentando a digestão e eficiência alimentar.

Post. Grão Inteiro. Tabela - Método de processamento(Milho Rolado/Milho Úmido/Milho Floculado/Milho Inteiro)
Adaptado de OWENS (2005).

Importante destacar que os valores de digestibilidade total – observados na tabela acima – para as diferentes formas de processamento do milho, se deve, dentre outros fatores, à variedade de milho mais comumente utilizada nos Estados Unidos (dent), local onde tais informações da foram obtidas. O milho dent é mais digestível que o milho flint ou “duro”, que é o mais utilizado no Brasil. Essa diferença ocorre em função da organização dos grânulos de amido no endosperma do grão de milho, sendo mais vítreo no milho flint do que no milho dent. No caso do milho brasileiro, a resposta ao processamento tende a ser maior ainda.

Visto as diferenças na utilização do amido do grão, fica evidente que o problema dessa técnica –  milho não processado – seria a redução da digestibilidade do amido,   uma vez que, por características climáticas brasileiras, há uma maior disponibilidade  de milhos tipo “duro” ou (Flint), apresentando um endosperma (local em que está contido o amido) vítreo.

Sabendo disso, o ponto crítico para adoção do uso da técnica (ou não), deve residir, além do apelo estratégico e/ou contexto específico (ausência de fonte forragem), sobre a matemática da perda de nutrientes nas fezes dos animais, versus custo do processamento do grão de milho.

Para refletir: transforme o valor pago por um saco de milho, em valor pago pela quantidade de nutrientes (amido) realmente aproveitados pelo animal. Você notará que, para cada real que aumenta o valor do saco do milho, torna-se mais interessante a moagem. Além disso, conhecer o custo de processamento do grão é ponto chave para a definição do ponto de equilíbrio entre a moagem ou não do grão, pensando na matemática do uso de nutrientes.

Lembre-se:

Independente do tipo de dieta utilizada, sua viabilidade econômica não deve ser mensurada somente pelo custo do quilo de matéria seca, mas sim, pelo lucro líquido que ela proporciona ao pecuarista.

Agroceres Multimix. Nutrição Animal.

32 COMENTÁRIOS

    • Olá Erivaldo! A ração grão inteiro consiste em um concentrado proteico, com inclusões variando de 15 a 20 % , dependendo do fabricante e do nível nutricional do mesmo (32 a 38 % de PB). A melhor forma de avaliar a viabilidade econômica do uso é analisando, incialmente, o custo da diária animal (Concentrado + milho + operacional) e, a partir daí, analisar um desempenho animal mínimo que justifique o seu uso. Isso varia muito entre regiões por diversos fatores. Obrigado por prestigiar nosso blog. Não esqueça de se inscrever para receber a nossa newsletter com atualização dos conteúdos.

  1. Olá, parabéns pela reportagem. Sou criadora de gado de corte e tenho percebido um atraso muito grande para ‘chegar’ o gado no peso que desejo (com certeza está faltando algo para meu gado), assim, resolvi tentar uma experiência com o confinamento com dieta em grãos inteiros. A reportagem me deu ótimas dicas. Obrigada.

  2. olá, estou tendo bons resultados com grao inteiro de aveia branca e ainda misturo bem pouquinho casquinha de soja e, sobra de trigo. o gado fica em sima de tifton.

  3. Boa tarde Ítalo Godoy
    Matéria muito boa extremamente importante, e bem esclarecedora. Trabalho com confinamento nesse sistema, grão inteiro. Os animais chegam com 12@ média e saem entre 16 a 18@, detalhe vendemos direto para frigoríficos.
    Essa sua matéria foi e é ótima para quem quer comerçar.

    • Olá, Paulo!
      Não. No uso dessa técnica precisamos de uma disponibilidade e uma degradação mais lenta do amido do milho. Como se trata de uma dieta sem volumoso, uma alta oferta de amido de rápida degradação (milho moído) seria perigoso. O milho inteiro ainda confere efetividade, contribuindo com a manutenção da saúde ruminal do animal.

    • Olá, Wanderson!
      Não teria. A chance de pior desempenho aumentaria, pois elevaria o risco de acidose nos animais pela ausência de uma fonte de volumoso.

    • Olá, Leandro!
      Isso, mas nesse caso, você teria que ter disponível alguma fonte de fibra (silagem, feno, bagaço, etc.) para poder trabalhar com o conceito de dieta de um confinamento convencional. Nesse tipo de dieta/técnica o grão de milho tem que estar inteiro.

  4. Artigo muito interessante, parabéns!

    Favor informar qual o percentual médio de consumo de alimento em razão do peso vivo.

    Observei que foi mencionado uma relação entre o consumo da ração e a produção de uma arroba de carne. Mas, o gasto de mantença de um animal pequeno e de um grande devem influnciar muito nessa média, ou não?

    Grato!

    • Olá, Martinho!

      Observamos valor de CMS (consumo de matéria seca) em torno de 1,8 % do PV (peso vivo) ou seja, valores médios de 2,1 % do PV de alimento na forma original.
      Não somente no uso dessa técnica, mas nos demais sistemas de terminação intensiva de bovinos de corte, o gasto energético de mantença está mais relacionado a diferenças de grupos genéticos e não exclusivamente em relação ao tamanho. Estudos apontam que animais zebuínos (nelore), comparados com taurinos (alberdeen), – por questões fisiológicas – são menos exigentes de energia para mantença, mas isso não lhes garantem vantagem em desempenho.
      Além disso, podemos considerar que os animais de menor tamanho atingirão ponto de abate com peso inferior a um animal de maior tamanho corporal. Essas diferenças devem ser consideradas, pois uma vez que o animal atingiu o ponto de abate, a eficiência do ganho tende a cair consideravelmente.

  5. Italo bom dia.

    Li sua matéria e é muito interessante.
    Eu meu filho iremos fazer uma experiencia já no início do ano com esse sistema.
    PERGUNTO – Os grãos que saem nas fezes, podem ser consumidos por galinhas, ou seja, fazer uma criação consorciada?

  6. Uma duvida essa dieta iniciando com 1% trata-se de uma por dia/animal, certo? No final da escala passaria a ser colocado de acordo com o consumo, certo?

    • Correto Jerberson,

      Inicia-se com fornecimento de 1% do peso vivo (PV) (ex.: animal de 400 Kg – 4,0 Kg da mistura – 50 animais na baia 200 kg da mistura por dia). Aumentando as quantidades gradativamente, conforme evolução do lote.
      Esse protocolo apresentado no texto é uma sugestão, caso haja a necessidade de alteração, recomendo que seja de forma a aumentar os dias em adaptação.
      Por exemplo: Não começar antes dos primeiros 15 dias do confinamento o fornecimento de 2 % – 2,2% do PV (ex.: animal de 450 Kg 9 – a 10 kg da mistura), momento que observamos o limite de fornecimento e consumo.

      Abraço!

  7. Boa noite!
    Sou novo no ramo de criação de bovinos, achei a reportagem muito interessante, mas tenho uma dúvida, qual seria a relação preço da arroba do boi x quilo do milho, que devemos ter para compensar o suo dessa técnica?

    • Olá, Cristiano!

      É muito difícil determinar uma relação de equilíbrio exata, pois existem algumas variáveis envolvida no processo (operacional, valor do pellet), que vão além dessa relação entre o preço do milho e arroba do boi. Outro ponto importante a ser considerado é: quanto o sistema vai permitir de ganho em carcaça, considerando potencial genético dos animais e o manejo. O que precisamos considerar na hora de avaliar se uma estratégia é viável, é a quantidade de carcaça produzida, sendo que nesse sistema observamos ganhos de 0,900 gr a 1,000 gr de ganho de carcaça/dia.
      Para fins de cálculo, baseia-se no consumo alimentar diário(kg de MS) e o custo da diária (dieta+operacional) – esse por sua vez apresenta ampla variação conforme o cenário, região, etc. – desses animais. A partir daí obtemos um melhor panorama econômico.

      Abraço!

    • Olá, João!

      Não existem raças que melhor se adaptem a esse sistema de terminação, porém, observa-se um menor desempenho em raças com aptidão leiteira. Como em qualquer outro sistema de criação de bovinos de corte, o potencial genético do animal contribui para bons resultados.
      Já o Pellet – ou também, em algumas regiões, chamado de concentrado – é o ingrediente que adicionamos junto ao milho (sua inclusão varia de 15-20 %). Trata-se da porção proteica – (32 – 40 % de Proteína Bruta (PB) ) – da dieta. O pellet também possui: vitaminas, minerais e aditivos alimentares.

      Abraço!

  8. Bom dia, parabéns pela matéria, bastante esclarecedora. E no caso Dr quem está pensando em semi confinamento, o gado a campo, com acesso a mistura de grão inteira, o que muda de fato no manejo? O fato do rastejo direto alteram os percentuais da mistura? E quanto a adaptação., muda alguma coisa!?

    • Olá, Paulo!
      Basicamente não muda em nada. Principalmente em relação ao percentual e fornecimento da mistura e ao protocolo de adaptação. Uma vez que, após a adaptação (bem executada), muito provavelmente, esses animais permanecerão próximos ao cocho.
      Só uma observação: não sei o tamanho dos seus piquetes e a lotação que irá trabalhar, mas como – provavelmente – esses animais terão área disponível, fique atento para garantir que todos estejam vindo se alimentar.

  9. Acho que para que tenhamos a real resposta sobre o custo do beneficiamento do milho versus o fornecimento do milho inteiro para ruminantes, se faz necessário conhecer a porcentagem de milho que sai inteiro do trato gastro intestinal, que podemos considerar alimento desperdiçado. Caso você tenha este percentual e se fosse possível gostaria de conhecer.
    Antecipadamente agradece,

    José Joseli da Silva

    • Olá, José!

      Não, necessariamente, temos conhecimento de quanto sai de milho “inteiro” nas fezes, para considerarmos que não houve aproveitamento do amido. Esse indicador não nos dá uma real estimativa que podemos considerar para análise de viabilidade.
      Para avaliar o custo/benefício do processamento o milho, para utilização em dietas de bovinos de corte, usamos grau de digestibilidade de amido a nível de rúmem (conforme exemplo da tabela no texto). Com esse indicador, conseguimos mensurar a variação de aproveitamento – que gira em média de 15 – 20% – e estimar o aproveitamento pelo animal (podendo ainda sofrer variação em relação ao híbrido utilizado, maturidade do ponto de colheita, armazenamento, etc.).
      Assim, para cálculo de viabilidade do processamento do milho, devemos levar em conta o custo por ponto de amido digerível no rúmem. Através dele conseguimos estimar o que vai ser aproveitado pelo animal, e em conjunto com o cenário da realidade (dieta, custos, sistema, etc.) traçar a melhor estratégia.
      – Portanto, em cenários de milho caro, tem-se maior necessidade de efiência na utilização do amido (processar).
      – O custo da moagem (R$/Kg) é um indicador importante na análise.

      Espero ter ajudado.

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