Farelo de amendoim
Dentre as opções proteicas, o farelo de amendoim tem se mostrado uma excelente opção para algumas regiões brasileiras, visto sua disponibilidade e custo de aquisição. O farelo de amendoim é resultado da extração do óleo do grão cru, sendo a qualidade do produto final muito influenciada pelos processos ocorridos durante a obtenção do óleo.
Existem ainda outros coprodutos obtidos a partir do grão, como: a torta, casca, pele e a própria planta de amendoim, no entanto, o farelo de amendoim é o mais utilizado na nutrição de bovinos.
Nutricionalmente, o farelo de amendoim apresenta alta concentração de proteína degradável no rúmen, o que o torna uma ótima opção em dietas de alta energia, uma vez que esse tipo de formulação leva a maior demanda de proteína disponível no rúmen, devido ao aumento da taxa de crescimento microbiano. O farelo ainda possui um resíduo considerável de extrato etéreo, que contribui com o fornecimento de energia para o animal. Em farelos com maior quantidade de óleo é preciso atentar-se a sua inclusão na dieta, respeitando o limite de extrato etéreo na dieta final.
Como já comentado, a composição bromatologica do farelo de amendoim depende do modo de extração do óleo, que pode ser realizado através de prensa a frio, a quente ou com o uso de solvente. Quanto mais eficiente for o processo de extração, menor será o teor de extrato etéreo do farelo obtido. No caso da extração por aquecimento, a temperatura assume papel importante na qualidade do coproduto obtido, uma vez que o superaquecimento poderá reduzir a disponibilidade da proteína.
Um ponto que demanda atenção ao se trabalhar com essa matéria-prima é a presença de micotoxinas. Devido as características do grão e de seu armazenamento, o crescimento de fungos – principalmente do gênero Aspergillus – pode ser favorecido e com isso, a produção de micotoxinas pode tornar-se um problema. A aflatoxina – principal micotoxina produzida pelos fungos do gênero Aspergillus – pode refletir em queda de consumo de alimento pelos animais, resultando em morte nos casos mais graves.
Além do impacto produtivo causado pela presença de micotoxina, outro ponto importante é o fato de que os animais alimentados com ração contaminada, podem ter seus produtos (carne, leite e ovos) também contaminados.
No caso de produtos contaminados com as toxinas, uma alternativa interessante é o uso de adsorventes. Esses produtos têm como características a adsorção seletiva de micotoxinas, eficazes em baixas inclusões e que misturam rápido e uniformemente, além disso, apresentam estabilidade no processamento e eficácia em diferentes valores de pH. Importante citar que nesse caso, o adsorvente não pode interferir em outros nutrientes.
Matéria interessante. Vou acompanhar o blog! parabéns!