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Histórias do Campo: Do vagão ao cocho

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vagão misturador para confinamento

Produtor do interior de São Paulo descobre falha operacional na fazenda, que comprometia o desempenho dos animais

 

Depois de trocar de nutrição três vezes, José Carlos Correa, proprietário da Fazenda Cruzeiro, descobre que na pecuária de corte a “receita do bolo” precisa ser seguida à risca, principalmente no tópico “modo de preparo”. Localizada em Ourinhos-SP, o confinamento que conta com cerca de 2.500 cabeças de gado e faz dois giros no ano, não conseguia manter homogeneidade na engorda dos animais, gerando desconforto na hora de negociar com o frigorífico.

A fazenda que vinha de uma administração familiar há mais de 5 anos, cresceu. Hoje, com uma estrutura moderna e uma equipe maior, ainda apresentava dificuldades na hora de entregar animais “padronizados” para o abate.

José Carlos defende que estudou bastante ao longo dos anos e já não via mais a atividade como algo apenas para sustento da família. “Aproveitei toda a experiência que adquiri lá atrás com o meu pai e quis transformar em algo mais profissional. Investi em animais de genética superior e estrutura de ponta, mas o resultado sempre deixava a desejar. Comprei produto caro e mesmo assim os animais não engordavam, aliás, uns engordavam, outros, nem tanto”.

Com 4 tratos por dia, religiosamente nos mesmos horários, e acompanhando de perto, todo planejamento realizado no início da entrada dos animais no confinamento acabava ficando apenas no papel.

Com a troca da nutrição, pela terceira vez, a Fazenda Cruzeiro recebeu a visita da consultora de serviços técnicos da Agroceres Multimix, Simone Garcia, que não usou meias palavras para apontar a falha no confinamento. “Eu nem precisei ir buscar minhas peneiras para perceber a qualidade, ou melhor, a falta de qualidade da mistura nesses cochos. Dá pra ver a mudança na granulometria dos ingredientes a olho nu”, dispara.

As peneiras que Simone se refere são as Penn State, conjunto de peneiras com aberturas de diâmetros diferentes que segrega as partículas dos ingredientes de tamanhos diferentes. “Esse conjunto de peneiras é muito prático, pois além de avaliarmos a efetividade da fibra e da dieta, podemos, através da coleta de amostras de diferentes pontos do cocho, obter informações sobre a mistura da dieta fornecida aos animais”, descreve Simone, listando os benefícios do uso da peneira no seu dia a dia em visitas.

Com o problema de mistura na Fazenda, os animais da mesma baia acabavam consumindo uma dieta totalmente diferente uns dos outros, gerando, portanto, o gargalo na produção de José Carlos. “É uma prática tão simples e, ao mesmo tempo, um dos problemas mais comuns de serem encontrados nos confinamentos afora. Muitos produtores acham besteira dedicar um tempo à qualidade da mistura e, no final das contas, quem acaba pagando é o animal. Nesse caso, realmente, tempo é dinheiro, indo para o ralo”, completa.

vagão misturador para confinamento

A simples prática da pré-mistura, por exemplo, pode garantir uma melhora considerável na qualidade de mistura. Trata-se de um procedimento que visa realizar a mistura do núcleo mineral (macro e microminerais, vitaminas e aditivos), tão importantes para as funções vitais e de desenvolvimento dos animais, com outros ingredientes também de baixa inclusão na dieta. Resumindo: a pré-mistura visa “transformar” ingredientes de baixa inclusão em um “novo” insumo, o qual será adicionado à mistura em maior inclusão.

“Para alguns clientes que não têm estrutura para trabalhar com produtos de baixa inclusão e/ou pré-mistura, temos indicado o uso de concentrados proteicos. Estes, além do pacote de minerais, vitaminas e aditivos, contam também com fontes proteicas, sendo incluídos em maior porcentagem da fórmula em relação ao núcleo”, explica Simone. Apesar do pequeno aumento no custo de formulação quando comparado o uso do concentrado com o núcleo, a consultora salienta que a melhora no desempenho do confinamento, como um todo, e a facilidade operacional, pagam facilmente essa conta. “Claro que não é uma indicação generalista, mas em muitos casos, usar concentrado é a melhor opção”, conclui enfática.

Matheus Moretti, gestor técnico de bovinos de corte da Agroceres Multimix ainda faz um alerta importante sobre a qualidade de mistura. “O achismo já não faz parte da atividade e o pecuarista que, assim como o José Carlos, pretende entrar no mercado para comercializar carne bovina, tem que embutir valor à carcaça. O planejamento faz parte da obtenção desse produto e a qualidade da mistura é um assunto que não deveríamos nem estar discutindo, por ser algo tão obvio. Ignorar a qualidade de mistura na nutrição é um erro grave, passível de grandes prejuízos na propriedade”, reforça.

Além do prejuízo econômico, com a falta de padronização da carcaça, uma mistura de péssima qualidade pode resultar, em casos extremos, na morte dos animais. O consumo de uma grande quantidade de ureia, por exemplo, pode gerar distúrbios metabólicos graves nos animais.

Com as orientações dos técnicos, José Carlos obtém hoje os resultados que buscava no planejamento do confinamento. “Hoje eu já consigo “brigar” com os frigoríficos por um preço mais justo, que reflete nos investimentos que tenho feito na fazenda”, finaliza.

Nutrição Animal – Agroceres Multimix

 

*Narrativa fictícia, desenvolvida a partir de problemas reais, extraídos de relatórios de visitas técnicas.

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