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Nutri&Aves: Cálcio e granulometria do calcário

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Cálcio e granulometria do calcário

Vamos falar sobre cálcio e granulometria do calcário:

O melhoramento genético obtido pela avicultura de postura nos últimos tempos, demandou a necessidade de adequação das exigências nutricionais das aves, em virtude da maior produção de ovos. Aves que antes eram descartadas na 62ª semana de idade, hoje assumem longa vida produtiva, com maior persistência de pico de postura e, consequentemente, maior número de ovos.

Cálcio | Nutrição Animal - Agroceres Multimix

Sem questionamentos, para essa produção acentuada, os níveis nutricionais passaram por reajustes, se tornando mais elevados.

Exemplificando essa alteração no parâmetro nutricional, temos os níveis diários de cálcio recomendados para aves poedeiras leves no período produtivo, que era de 4,02 gramas de cálcio por dia, e passou para cerca de 4,40 gramas por dia, num intervalo de seis anos (Rostagno, et al., 2011 & Rostagno, et.al., 2017).

Quando falamos em poedeiras, diretamente associamos o cálcio à produção de ovos. Porém, esse macromineral desempenha função primordial na formação e manutenção óssea. Quantitativamente, essa é a função mais importante do cálcio, considerando que 99% desse elemento está presente nos ossos.

O metabolismo do cálcio varia de acordo com a fase de vida da ave. Durante a fase de crescimento, praticamente todo o cálcio tende a se depositar nos ossos, para compor o esqueleto. Quando as aves ingressam na vida produtiva, uma quantidade considerável desse cálcio que está depositado nos ossos é convergida para a produção da casca do ovo. Cerca de 4% do peso do ovo corresponde ao cálcio, ou seja, em torno de 2,3 gramas desse mineral. A casca é formada por 95% de carbonato de cálcio, sendo importante a suplementação regular desse mineral de acordo com as quantidades requeridas (Adriano, G., 2003). Além das funções relatadas, outros processos fisiológicos dependem da participação do cálcio, tais como: os processos de coagulação sanguínea; na ativação e estabilização de enzimas; na contração dos músculos, agindo sobre a permeabilidade de membranas celulares; na excitabilidade neuro- muscular; entre outras (Junqueira, O. M.).

Tendo em vista que a maior suplementação de cálcio nas dietas advém do calcário calcítico, é necessário atentar-se às características físico-químicas desse mineral.

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O termo “calcário” é empregado geologicamente para caracterizar um grupo de rochas que apresentam em sua composição teores de carbonato superiores a 50% (Moniz, 1983 citado por Murata, L. S. et al. 2009).

Algumas formas físicas de calcário calcítico estão disponíveis para uso em rações, sendo de grande importância considerar a granulometria, devido à sua influência direta na qualidade externa do ovo.

Nas formulações, é comum utilizarmos calcários de granulometrias distintas em função da espécie e fase de criação da ave que receberá a ração contendo esse calcário.

Conceitualmente, partículas mais grosseiras de calcário ficam retidas por mais tempo na parte superior do trato digestório, fato que, além de auxiliar no processo de trituração, disponibiliza o cálcio de forma mais vagarosa e uniforme durante o processo de formação do ovo. Por outro lado, favorece economia de energia por parte da ave, que não precisará direcionar o cálcio presente nos ossos para a formação da casca. Partindo desse pressuposto, deve-se utilizar nas rações, partículas de calcário suficientemente grandes para maior retenção na moela durante o período noturno, quando se tem o processo de formação do ovo. Essa prática permitirá o aporte necessário de cálcio nos quesitos de liberação e absorção do nutriente durante toda a formação da casca do ovo.

As recomendações de granulometria são variadas, porém uma recomendação prática é de se usar 50% de calcário com 2 a 3 mm de DGM, e o restante com aproximadamente 0,50 a 0,70 mm de DGM, na sua forma em pó (Junqueira, O. M.). Deve-se estabelecer níveis seguros de inclusão de calcário com maior granulometria, para que a seletividade das aves por partículas maiores não interfira no consumo.

Ovos com boa qualidade de casca são essenciais, tanto para os produtores quanto para os consumidores, sendo muito importante estes pontos abordados, no intuito de melhorar cada dia mais a qualidade do mesmo.

Referências Bibliográficas:

Adriano, G. Níveis de Cálcio e granulometria do calcário para frangas de reposição. Dissertação de mestrado em Zootecnia, 2003. 114p. Universidade Federal de Lavras. Lavras- MG.

Araujo, J.A. Fornecimento e granulometria do calcário na alimentação de poedeiras durante a estação quente. Dissertação de mestrado em Zootecnia, 2009. 84p. Universidade Federal da Paraíba. Areia- PB.

Ito, D.T. Efeito fracionamento de cálcio e granulometria de calcário sobre o desempenho e qualidade de ovos de poedeiras comerciais brancas. Dissertação de mestrado, 2002. 63p. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Pirassununga.

Junqueira, O. M.. O cálcio e a ave de postura: A hora do ovo. Disponível em:www.ahoradoovo.com.br.

Lemos, M. J.; Agostinho, T. S. P.; Calixto, L.F.C.; Araújo, M.O.; Couto, I.S.; Lima, C.A.R. Influência da Granulometria do calcário sobre a qualidade da casca de ovos produzidos por poedeiras semipesadas criadas no piso. Engormix. Publicado em: 28/12/2012.

Murata, L. S.; Ariky, J.; Santana, A. P.; Filho, R. M. J. Níveis de Cálcio e granulometria do calcário sobre o desempenho e a qualidade da casca de ovos em poedeiras comerciais. Biotemas, 22(1):103-110, março 2009.

Rostagno, H.S.; Albino, L.F.T.; Donzele, J.L.; Gomes, P.C.; Oliveira, R.F.; Lopes, D.C.; Ferreira, A.S.; Barreto, S.L.T. e Euclides, R.F. Tabelas Brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3ª edição. UFV, Viçosa, MG, Brasil. 2011, 252 p.

Rostagno, H.S.; Albino, L.F.T.; Donzele, J.L.; Oliveira, R.F.; Barreto, S.L.T., et al. Tabelas Brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 4ª edição. UFV, Viçosa, MG, Brasil. 2017, 488 p.

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