Período das águas: Como potencializar o ganho de peso dos animais
Chegamos na época do ano mais favorável para a produção animal a pasto, o período das águas. Nessa época, o volume de chuvas, os dias mais longos (mais horas de luz) e as temperatura mais altas, fazem com que a planta apresente boas taxas de crescimento. Dessa forma, o pasto, desde que bem manejo, pode apresentar as características necessárias para fazer com que o animal apresente bom ganho de peso.
Essa é uma fase em que devemos buscar o máximo de potencial produtivo na fazenda, e para isso, o pecuarista deve se preparar e “fazer a lição de casa”. A definição das metas produtivas a serem alcançadas nesse momento é de suma importância, e a elaboração de um plano nutricional criterioso é o primeiro passo a ser dado na direção do sucesso.
Antes de começarmos a discutir pontos mais específicos que irão compor o planejamento nutricional, a primeira tarefa a ser executada nesse momento é a checagem dos cochos de sal e/ou suplemento, bebedouros, chaves e porteiras, corredores, entre outras estruturas da fazenda, que durante o período das águas sofrem grande desgaste.
Uma das grandes vantagens do período das águas é o cenário favorável para a produção forrageira, no entanto, muitos produtores se enganam ao encarar o manejo da pastagem simplesmente como o ato de produzir alimento para ofertar aos animais. Na verdade, o manejo da pastagem vai muito além da produção de alimento.
Primeiro, precisamos saber o tipo de solo que temos na fazenda, o regime climático, para então escolher a espécie forrageira que melhor combine com aquela condição. Feito isso, podemos ainda lançar mão de práticas de adubação que incrementarão a produção da planta. Essa é a primeira etapa que compõe o manejo da pastagem.
A segunda, e não menos importante, seria o manejo de colheita da forragem produzida. Por vezes, não respeitamos o momento correto de corte da planta. Nesse ponto, precisamos começar a pensar como agricultores, e tratar o pasto como uma cultura, sabendo o momento certo de entrar com os animais e colher a forragem com a máxima eficiência.
Discutimos um pouco mais sobre manejo do pasto em um de nossos textos aqui no agBlog: “Os três Cs do manejo da pastagem” (clique sobre o título e confira).
Após o consumo pelo animal, temos a conversão da forragem em produto, carne ou leite. Nesse ponto, como nutricionista, sempre pergunto aos produtores: será que podemos aproveitar ainda mais essa época do ano e potencializar o ganho de peso dos animais?
A resposta para essa pergunta é: sim. Com a correta suplementação podemos incrementar ainda mais o ganho de peso dos animais. No entanto, a utilização de suplementos deve ser muito bem analisada, pois a recomendação ou formulação errada pode comprometer os resultados esperados, trazendo prejuízos econômicos para o sistema.
A prática mais comum durante o período das águas é o uso do sal mineral. Este deve ser bem formulado, conter macro e micro minerais que complementem o que falta na dieta do animal e supra sua exigência para ganho.
Um primeiro salto tecnológico em relação ao uso do sal mineral, seria o uso do mineral enriquecido (consumo de 0,05% do peso vivo ou 50g/100kg). Este tipo de produto conta com um aditivo promotor de crescimento (monensina, salinomicina, flavomicina, virginiamicina, etc.) em sua formulação e com farelos, que além de ser um ótimo veículo para potencializar o efeito do aditivo no ambiente ruminal, faz com que o animal consuma o produto diariamente. O consumo de minerais diariamente, nessa fase, é de suma importância, uma vez que estamos falando de animais em crescimento. Este tipo de suplementação tem possibilitado ganhos adicionais da ordem de +0,100 kg/dia.
Evoluindo com a suplementação, teríamos os suplementos proteicos (consumo de 0,1% do peso vivo ou 100 g/100 kg de peso), que mesmo no período das águas, têm mostrado um excelente resultado, por permitir ajuste fino no perfil proteico da forragem consumida pelo animal, além de agregar todas as vantagens do mineral enriquecido. O ganho adicional com este tipo de suplemento tem sido da ordem de +0,150 kg/dia. Sem dúvida, a suplementação proteica durante as águas tem mostrado um dos melhores custos: benefícios durante a recria.
Temos ainda a opção de trabalhar com suplementos proteicos energéticos ou somente energéticos, com consumo de 0,3% até 1% do peso dos animais. Estes produtos permitem ganhos adicionais da ordem de +0,250 kg/dia (ou mais). Porém, devem ser muito bem avaliados, uma vez que o consumo por animal/dia é bem maior e a possibilidade de ocorrer o efeito substitutivo é grande, sendo assim, a exploração do ganho individual e ganho por área deve ser um dos objetivos a ser explorado. Vamos abordar um pouco mais desse efeito e tipo de suplementação em nosso próximo texto.
Para finalizarmos, fica claro que existe um grande potencial a ser explorado com o uso da suplementação no período das águas. No entanto, deve-se fazer uma análise criteriosa da forragem disponível para saber qual o melhor tipo de suplemento a ser utilizado.
Nesse caso, vale lembrar o conceito e objetivo principal da suplementação, que é: complementar o que falta no rúmen para que os processos fermentativos ruminais sejam maximizados. É sempre bom procurar um técnico especializado para auxiliar a escolha correta do suplemento a ser utilizado, assim como para a definição das metas a serem alcançadas.
Vale lembrar ainda que a correta escolha do produto é uma das etapas para se chegar ao resultado esperado. O manejo do pasto, a estrutura de cocho, a qualidade de água, o correto fornecimento do suplemento, entre outros, são fatores que participam da construção do resultado esperado.
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